quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Às avessas

Estou preocupado demais com o futuro da nossa terra. E quando falo nossa terra, estou falando não somente de nossa terra natal, mas falo literalmente do planeta terra, do mundo como um todo.
Você deve estar pensando que o teor deste texto é ecológico. Mas não é. Muito embora, também seja de extrema importância uma conscientização ecológica, entretanto, quero nestas poucas linhas discorrer sobre outro tema.

 Não é de hoje que temos a ciência plena que a cultura de maneira geral é causadora de grandes ondas que varrem quase tudo, se não tudo o que esta a sua frente. E os artistas, sejam eles renomados ou não, veteranos ou iniciantes, conscientes ou não, eles querendo ou não, são eficazes agentes de transformação de pensamentos e comportamentos em massa. E Podemos ver isso ao longo de toda historia mundial.
Quanto maior o seu reconhecimento pelas mídias e pelo público, maior é o seu poder de persuasão. Quanto maior o seu poder, mas fácil e mais rápido é o seu acesso quase que ilimitado, na casa e na vida das pessoas. E é aqui que encontramos o “X” desta questão.

Não sou contra mudanças porque entendo que as mudanças fazem parte do nosso processo evolutivo.
Evolutivo??? O problema é que o nosso processo evolutivo está apressado e ininterruptamente andando a passos de “Moom Walker”. É com essa evolução ou melhor dizendo, é com essa involução que estou preocupado.

Nas décadas anteriores a impressão que se tinha é que os compositores travavam uma guerra acirrada, em que arma de defesa e ataque era a qualidade de suas obras. Mal se aprendia uma bela canção e outras duas ainda melhores eram lançadas. Era um bombardeio de criatividade Inteligente.

 Tive o prazer de desfrutar de obras inesquecíveis... Até o meado ou um pouco antes do meado dos anos 90 começamos a assistir a derrocada  de uma das mais belas artes, a música. Que infelizmente acabou influenciando outras artes e, conseqüentemente a isso veio uma enxurrada de baboseiras televisivas, radiofônicas e acreditem, até da comunicação escrita. Não sei se o motivo deste caos geral foi por conta do dinheiro ou pela cauterização mental das pessoas que produzem, patrocinam e também daqueles que consomem.

Hoje são raros os profissionais que se preocupam com a preservação da boa arte, a quem me orgulha chamar de HERÓIS, verdadeiros heróis da resistência. Parabéns!

É ainda mais triste saber que esta desastrosa mentalidade tem conseguido afetar de igual forma a música evangélica, ou gospel como preferirem, o empobrecimento tem sido tão acelerado que tenho ficado com os meus poucos cabelos em pé. Nossa música se tornou ego centrista, Sem sentido, maldizente, “vingativista” e o que é de fato importante tem ficado esquecido no canto escuro e fétido no porão de nosso coração.

Deus! Deus? Deus agora não. Ele será lembrado no exato momento em que eu precisar de uma benção “ESPECIAL”. É assim mesmo a fala daqueles que usam Deus como um amuleto de sorte. Estes o desconhece a ponto de dizer que existem bênçãos especiais e não especiais.

Acordemos! Um simples estalar de dedos de Deus, já é especial.

 Voltemos a desempenhar com zelo, ordem e decência o nosso oficio, pois estamos fabricando o futuro de uma ou duas décadas à frente. O que vamos apresentar para os nossos filhos e netos? Pense nisso!

Que bom que eu vivi a minha infância em uma época de ouro!


Pelos Laços do Calvário,
Wilflen Affonso

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