domingo, 24 de maio de 2015

Íntimos inimigos

Muitas pessoas andam do nosso lado dizendo serem nossos amigos, usam em demasia as infernais frases “Tamô Junto”, “Conte comigo”, “se precisar de mim”...  Mas, infelizmente, estes não nos conhecem nem mesmo um pouquinho e quando a situação aperta de verdade, nem adianta procurar por eles. Piores que esses, são aqueles que chegam a jurar e na primeira oportunidade, se colocam na linha de frente a nos atacar. E, ainda mais perniciosos são os que permanecem ao nosso lado boicotando de diversas formas as nossas tentativas de ascensão e às vezes de reestruturação. 

É tanto lamentável, quanto indispensável ter que conviver com pessoas assim, pois ao mesmo tempo em que nos oprimi, nos faz crescer e amadurecer. Afinal de contas, é na adversidade que nos forjamos e descobrimos do que somos capazes de realizar. Temos como maior exemplo o nosso Cristo que suportou muito mais do que eu, você ou qualquer outro ser humano já suportou ou vai suportar.

Uma coisa é certa, Infinitamente pior que um inimigo declarado é um amigo velado, pois, se não desmascarados depressa, adquirem conhecimentos suficientes para nos fragilizar, canhoneando os nossos pontos vitais. E se olharmos na história, vamos ver muitos que sucumbiram por consequência de investidas de pessoas que lhes eram de altíssima estima.

Ninguém na face da terra esta livre dessa desapiedada classe.  Caminhamos por toda a nossa vida, rodeado de inimigos que nos são tão íntimos que às vezes se confundem, com gigantesca facilidade com bons ou ótimos amigos.

Entretanto, é preciso diferenciar uma decepção causada por um amigo de verdade e um falso amigo. O amigo pode errar, mas vai se concertar, se arrepender e buscar de toda a forma compensar os danos causados. Todavia, o inimigo íntimo nunca se arrepende e não sua mentalidade desfigurada ele está fazendo o que é certo.

Não raro, estes íntimos inimigos não têm a ciência de sua missão. Muitos deles, no seu interior também são vitimas de si mesmos e, é por essa razão que é muito difícil de detectá-los a tempo de evitar que produzam desgraças, deveras profundas na nossa vida pessoal, familiar, profissional, ministerial...

Precisamos nos fortalecer em amor, para que mesmo feridos por pessoas tão queridas, tenhamos a nobre atitude de continuar a amá-las.

Às vezes, em momentos de extrema adversidade precisamos nos silenciar, e este silêncio, nesses momentos de grandes afrontas, é a ação ou reação da sabedoria residente em nós, concedida pela longa caminhada da vida. Mas outras vezes, mesmo com pesar, também é sábio, nos arvorar e com intrepidez contra-atacar para sobreviver.

Mesmo contra-atacando impetuosamente, se faz necessário manter a paz, pois está, demonstra muito melhor do qualquer outra atitude, o perdão que já foi liberado por ultrajes auferidos.

Parece conflitante, não? Mas eu explico, o contra-ataque aqui narrado serve para paralisar as ações do opositor e não para feri-lo por represália.

Precisamos estar prontos cada vez mais a perdoar quem nos afronta, precisamos acreditar piamente de que o nosso inimigo, seja ele íntimo ou não, perceba e aprenda a lição emanada por meio do perdão.

Na oração modelo, no livro de Mateus 6:12, o que lemos é o seguinte: “Perdoe nossos erros, assim como nós perdoamos os nossos inimigos”.

O perdão é o melhor e mais eficaz antídoto para os males da alma.

Isso sem falar que perdoar o nosso irmão e, sobretudo, o nosso inimigo, nos dá a garantia de sermos perdoados por Deus.

Não podemos jamais deixar de estender as mãos em ajuda àqueles que intencionalmente ou não nos enxovalharam.

Não podemos deixar de crer que nossos inimigos possam renegar o seu caminho tortuoso e convergir para o caminho da justiça.

Se agirmos desta forma, certamente haverá aqueles que dirão que somos fracos, desavergonhados, sem personalidade, sem hombridade, bobocas... No entanto, somente os fortes são dotados da capacidade de perdoar, somente os fortes são capacitados para amar, e amar até mesmo os seus maiores inimigos. Tal como, nos ensinou o nosso mestre Jesus. (Mt 5:44).
                                                                                                                  
Pelos Laços do Calvário,
Wilflen Affonso

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